(ENEM PPL - 2014)
TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos.
(José Murilo de Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII.
(Evaldo Cabral de Mello)
1808 – O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado).
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:
Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
Homogeneidade intelectual — Difusão das ideias liberais nas universidades.
Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.